Carlson Gracie pode “virar” nome de rua no Rio by @TATAMEMAGAZINE

5 de April de 2011

Pouco mais de cinco anos depois da morte do mestre Carlson Gracie, o ícone do Jiu-Jitsu e MMA está perto de receber uma justa homenagem no Rio de Janeiro. Em projeto de lei do vereador Marcelo Arar, a Rua Silva Castro, em Copacabana, pode se chamar Rua Carlson Gracie, localizada entre as ruas Rua Figueiredo Magalhães e Siqueira Campos. “Isso é uma iniciativa que começou há quase cinco anos. Mestre Carlson Gracie foi pioneiro em um dos esportes que mais vem crescendo na atualidade, o MMA. E sua academia foi a origem disso tudo, lugar de onde saíram ícones do esporte que hoje honram seu mestre com muito orgulho”, justifica o vereador, que explica o projeto na entrevista abaixo:

 

Como o senhor avalia o conteúdo deste documento?

 

Isso é uma iniciativa que começou há quase cinco anos. Mestre Carlson Gracie foi pioneiro em um dos esportes que mais vem crescendo na atualidade, o MMA. E sua academia foi a origem disso tudo, lugar de onde saíram ícones do esporte que hoje honram seu mestre com muito orgulho. Ricardo De La Riva, Murilo Bustamante, Vitor Belfort, Zé Mário, entre outros, foram alguns dos 109 faixas pretas formados pelo grande mestre que hoje levam a bandeira do Jiu-Jitsu Brasil afora. Nas décadas de 1950 e 1960, quando ainda lutava, Mestre Carlson era realmente um popstar no Rio de Janeiro. Se igualando a jogadores de futebol, dava autógrafos na rua. Era uma referência do esporte. E mesmo se passando anos de sua morte, sua figura ficou marcada na cidade, e nada mais justo que titularem o nome da rua de sua academia, que reside até hoje, de Rua Carlson Gracie. Como até já é conhecida, pois está de pé há quase 50 anos. Se trata de uma homenagem mais que justa, a um homem que era tão simpático e carismático, adorado até por seus adversário. E certeza de que vou articular com os vereadores para que seja aprovada, e farei um pedido pessoal ao prefeito Eduardo Paes para que seja sancionada. Mudaremos o nome da Rua Silva Castro para Rua Carlson Gracie. Gostaria que ficasse registrado que um forte apoiador dessa ideia foi um grande amigo meu, DJ Sadam (faixa-preta de Carlson). E se tudo der certo, vamos concretizá-la.

 

Como gestor da área de turismo, que ganhos o senhor espera que a cidade tenha com a aprovação desse projeto?

 

Eu, como vice presidente da Comissão de Turismo do Rio de Janeiro, espero inúmeros benefícios não só a cidade, mas para todo o país. O momento atual que vive o Rio de Janeiro é ideal para homenagear alguém que teve atuação significativa no esporte nacional e internacional: a cidade será sede do UFC em 27 de agosto do presente ano, em 2014 sediará uma Copa do Mundo de futebol e, por fim, em 2016 será sede de uma Olimpíada. Ora, é saudar um ícone do esporte neste momento em que a cidade tenta se firmar como um destino turístico do esporte no cenário nacional e internacional. Esta iniciativa vai ao encontro do sentimento de uma cidade que procura ser conhecida pelo esporte, pela saúde e beleza de seus habitantes, e não como destino de turismo sexual. Temos que, através destas iniciativas, dar uma conotação distinta a nossa cidade. Hoje é comum ver a nossa cidade sendo visitada por inúmeros praticantes de arte marcial, e eles viajam de longe para prestigiar nossa arte e nossa cidade.

 

Hoje, também como faixa-preta de Jiu-Jitsu, fale um pouco de sua vida como praticante da arte, e de como pretende lutar pelo nosso esporte.

 

Minha carreira no Jiu-Jitsu foi curta, porém de grande importância em relação a minha formação de caráter. Foi naquele momento em que o homem descobre muito a respeito da vida, e graças ao esporte tive sucesso nesse ponto. Comecei a lutar com 16 anos e encerrei minha carreira no esporte um tanto que prematuramente, aos 25, devido a uma séria lesão no joelho. E aquele momento foi também quando me vi muito empenhado na carreira profissional, e o esporte acabou ficando de lado. Tenho recordações muito boas da época em que competia. Especialmente de um Mundial no qual competi na faixa roxa, e enfrentei o atleta Paulo Filho, aluno do grande mestre, em uma semifinal. O Mestre Carlson gritando na beira do ringue, daquele jeito especial de só quem o conheceu sabe do que estou falando, me marcou profundamente. Venci a luta, e logo após o término do combate o Mestre Carlson veio me parabenizar pela vitória, pois era um homem que sabia reconhecer a derrota. Lembranças de disputas contra atletas de muito nome hoje em dia como, Anderson Leal, Léo Leite, Cumprido. Lembranças que guardo com muito carinho. Isso foi um pouco da minha curta carreira no esporte, mas da qual levo comigo a filosofia aprendida, que vai além de ganhar ou perder, mas sim do ganho de experiência de vida, que é algo grandioso e sem preço. Minha bandeira aqui na Câmara é da valorização do esporte, e defenderei a todo custo essa iniciativa.